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APOLOGIA DO ESPANTO: RANGER OS DENTES (Diário Digital)

Apologia do Espanto: Ranger os dentes


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=681735

Toda a palavra está grávida de uma pergunta. A sua morfologia e a sua voz remetem para a origem. Por isto, nenhuma frase é denotativa. A multiplicidade de sentidos é limitada, temporariamente, por outras frases, assim como eu existo num espaço só por mim ocupado, mas delimitado por pessoas e objectos, numa gramática social. No interior desta organização existem indivíduos. Cada um é denominado; cada um é, por outros, definido com palavras e com frases.
Se uma palavra falha quando tenta capturar uma forma, se uma palavra não consegue ir além do conceito (quando se refere a sentimentos), se uma frase é a combinação de inúmeras limitações, digam-me:
- Como se consegue ter uma certeza absoluta?
A Moral, conceito situado no tempo, e a Razão, exercício aritmético situado numa geografia, são transmitidos por palavras prenhes de dúvidas.
Edificar uma certeza absoluta em bases tão pouco sólidas é demonstrar estupidez.
A certeza absoluta é estupidez fossilizada. Somo todos estúpidos, pelos menos em parte; uns mais do que outros.
Estupidifiquemos, quanto baste, para continuarmos vivos e sãos.
Seixal, 07 de Janeiro de 2014

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