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Entrevista a Carlos Campaniço


Safara recebe o “filho” Carlos Campaniço



Centro geográfico de lugares imaginados, Safara recebeu o seu "filho" Carlos Campaniço para a apresentação de «Mal Nascer» (finalista do Prémio Leya). O Diário Digital foi à localidade do concelho de Moura para conversar com o autor sobre a sua terra e a sua gente e em como ambos influenciam a sua escrita.

O largo de Safara está na sombra da centenária igreja. No fresco, reúnem-se os contadores de histórias. Sentei-me num banco de pedra, enquanto consultava as mensagens electrónicas no telemóvel, a ouvir os velhos perto de mim. Eles já viveram o que os novos pensam ter inventado. Um homem é feito de memórias; o alentejano gosta de as contar. “Valorizo muito a memória”, disse Carlos Campaniço, “e os meus livros estão carregados de memórias pessoais e colectivas.”
As ruas de Safara são caudais de passos e palavras que serpenteiam entre casas. Uma dessas casas bem poderia ser de Santiago, ou de Álvaro Cobra.
“Onde Mora Álvaro Cobra, Carlos?”
“Aqui e em lado nenhum”
“E Medinas é aqui?”
“Aqui e em lado nenhum”
A inquietude de Carlos Campaniço contrasta com a paz nos gestos de quem por nós passa e entra na sala onde vai decorrer a apresentação de “Mal Nascer”.
Sob um telhado de canas, agora reduzido a um exótico ornamento sob modernas telhas, a aldeia recebeu o homem que ali cresceu.
Não cabia mais ninguém na sala anexa à igreja. Todos queriam ver o seu Carlos, ouvir a escritora Alice Vieira e a editora Maria do Rosário Pedreira, há algumas semanas.
Não era só o escritor que ali estava. Estava ali o Carlos que jogava damas com os mais velhos e fazia tropelias com os mais novos. Alguns amigos confessaram-me, enquanto ouvíamos cante alentejano na praça, precisar da ajuda de vodka, quando o Carlos dissertava sobre Pessoa.
A apresentação de “Mal Nascer”, num sábado, fazia parte da semana cultural, que o escritor ajudou a fundar. Esse dia era também o dia de aniversário de Carlos Campaniço.
A apresentação prolongou-se. Os autógrafos foram muitos. Todos queriam falar um pouco com ele. A entrevista ficou para o dia seguinte.
Quando acordei no domingo, Safara cheirava a figos, limões e terra molhada. A luz espalhava-se na humidade deixada pela chuva nocturna. A igreja chamava os seus fiéis. As badaladas interrompiam o chilrear anárquico dos pássaros. Era o canto e o cheiro de Safara.
Estamos em Safara. Regressas à terra que te viu nascer, depois de sair sem ainda teres um nome de escritor;  agora voltas já como autor premiado e apreciado pelos leitores. Santiago também sai e depois volta à terra que o viu nascer. Apesar de incógnito, no fim tem necessidade de se identificar. O reconhecimento social é importante para ti, especialmente na tua terra?Não, não. Primeiro, ele sai em condições muito desfavoráveis e dolorosas. Eu não saí nessas condições. Não há aqui nenhuma analogia de trajecto. Depois, ele regressa incógnito. Eu regresso em tom de festa. Ele regressou definitivamente; eu venho visitar.
Ele veio com estatuto diferente porque estudou e progrediu na vida. Eu estudei, fiz alguns progressos, mas a minha maneira de ver a sociedade não me permite pensar que pertenço a uma elite. Antes pelo contrário. Tenho grande satisfação em cumprimentar e estar com as pessoas, de ser como elas.
Nesta altura, Safara já não é uma terra de classes. Já foi, mas já não é. As  pessoas são muito semelhantes na sua condição.
Tanto em “Os Demónios de Álvaro Cobra” ou em Mal Nascer” como na tua vida há uma ideia de viagem, de saída. Álvaro Cobra desaparece; Santiago sai e tu também saíste. Ninguém sabe se Álvaro volta. Mas Santiago e Carlos Campaniço voltam ao mesmo sítio. Há algum paralelismo?Não vejo nexo de causalidade. O Álvaro sempre viveu naquela povoação até puxar-lhe fogo e desaparecer definitivamente. É um trajecto completamente diferente. O Santiago Bento ou Barcelos regressa para se fixar na terra. E eu abalei e ainda não regressei.
Mas tens vontade de regressar?
Claro que tenho. Não sei se estás a querer explorar algum inconsciente do regresso, mas...sim…está nos meus horizontes regressar ao Alentejo. Se não for a Safara, pelo menos ao Alentejo.
Estou a tentar perceber em quantos se divide Carlos Campaniço…
Pode haver algo inconsciente de saudade, mas penso que não me deixo contaminar pela inconsciência. Escrevo de uma forma muito consciente. Em todos os livros que escrevi há propósitos que quero reflectir mais do que inconsciências ou o alter-ego do escritor. Há valores sociais e humanos, ou outros valores mais destacáveis do que o saudosismo do viajante, por exemplo.
O propósito deste livro não foi o de Santiago Bento sair e depois regressar. Isso acaba por ser um artifício para explicar melhor a história e dar mais credibilidade àquela justaposição entre o Santiago adulto e o Santiago criança. O propósito que me levou a escrever o livro foi o de em tempo de fomes, de misérias, nos tempos mais difíceis são as mulheres e as crianças quem mais sofre. Este é que é a ideia chave do livro. A questão da viagem é absolutamente secundária. É claro que eu sei o que é a saudade da terra. Mas reflectem-se mais os meus sentimentos sociais e ideológicos. Não encaro a literatura como recreativa, mas sim com alguma utilidade. O “Mal Nascer” é uma denúncia sobre determinadas condições de pessoas, de classes sociais, sobre o miserabilismo em que se vivia. É essa denúncia que se quer aqui fazer.
Escreves para investigares e saberes mais, ou escreves sobre o que já sabes?Eu escrevo sobre o Alentejo e esta geografia. Primeiro, porque quero fazer um tributo a esta gente e a esta terra, enaltecer o que foi o seu sofrimento, mas também enaltecer a sua alegria, a sua cultura e estas paisagens. É este tributo que eu quero fazer. Por outro lado, escrevo porque conheço bem os ciclos agrícolas, o modo de vida em comunidades pequenas, o grande frenesi que é haver uma novidade numa terra pequena, os mitos, os medos, a solidariedade e a amizade. Estas terras pequenas são muito ricas em relações humanas e por isso escrevo com o grande conhecimento que tenho destas sociedades. Claramente a segunda hipótese.
É uma literatura vinculada a uma causa?É uma literatura de denúncia. Não sei se há uma causa. Tem a ver com a minha consciência. Gosto de escrever romances de época, de tempos mais remotos. Disse há alguns tempos que não escrevo sobre a actualidade porque os homens agora não são capazes de grandes aventuras nem de grandes feitos. E que não me revia nos homens actuais.
Tenho essa particularidade. O primeiro livro é em 1946 [Molinos] e depois os outros são mais remotos ainda. O que me leva a escrever não é uma causa política ou ideal político, ou religioso. É ao nível de consciência. Deve haver uma denúncia e dar a conhecer as condições dos povos rurais, principalmente a do povo do Alentejo, onde se vivia miseravelmente. Por outro lado, são também comunidades muito ricas que me permitem construir a trama e a ficção com substância.
Em “Molinos”, “Os demónios de Álvaro Cobra” e “Mal Nascer” existe uma oposição de forças: com poder/sem poder, pobres/ricos, salvação/pecado… A tua literatura alimenta-se dessa clivagem?Reflecte. Ela foi tão evidente nestas comunidades rurais que é difícil fugir dela. “Os Demónios de Álvaro Cobra” não tem muito esta clivagem; percebe-se, mas não aprofundo. “Mal Nascer” e “Molinos” têm. Foi tão presente, vincado e intrínseco à sociedade que é difícil de fugir.
Pensas que a Moral continua tão dependente da Igreja, hoje, no Alentejo?Não. Alterou. Mesmo naquela altura alterava, não havia aqui, como no Norte, o homem que entregava a senhora à guarda do padre antes de emigrar, ou ia pedir conselhos ao padre sobre determinado negócio.
Havia até alguma aversão ao padre, por parte dos homens; não à religião, mas à figura do padre. O padre tem influência relativamente à elite, não na comunidade, em si. Não é um homem com tanto poder como no Norte. É muito raro haver homens na igreja. Haverá três ou quatro homens numa missa.
E a relação com a superstição e costumes místicos? Esse ambiente que tu escreves em “Mal Nascer” e, principalmente, em “Os demónios de Álvaro Cobra” ainda se mantém? Ou não existe?Ainda se mantém. Os ritos, mitos e medos ainda se mantêm. É claro que se calhar vão-se dissipando. A tecnologia ganha espaço e a televisão rouba muito do convívio entre as pessoas. Se calhar perder-se-ão esses mitos, medos e as histórias que se contavam do antigamente. Mas as questões não desaparecem de um dia para o outro. Ainda estão vincadas na sociedade.
A literatura tem um papel importante no registo desses rituais?Sim, sim… Tive professores de História que me chegaram a dizer que se nós quiséssemos compreender a época em que viveu o Eça, ou Aquilino ou Camilo era ler a literatura deles. A ficção consegue fazer quadros sociais  que, mais tarde, podem ser muito úteis para se compreender as sociedades. Neste caso concreto, tento ser credível no retracto das sociedades, dos comportamentos para depois a própria história ser credível, apesar de ficcionada.
Ainda sobre os rituais e os mitos. Publicaste “Da Serra de Tavira ao Rif Marroquino: analogias e mitos”. A base deste ensaio é a tua tese de mestrado em Cultura Árabe, Islâmica e o Mediterrâneo. Para a ficção, foste buscar alguma informação a esse estudo?Sim, sim.  Aproveitei muito o conhecimento sobre os povos semitas - e semitas não denominam apenas os judeus. Podem ser os berberes ou os árabes, por exemplo. Fui colher algum desse ensinamento para poder depois explorar naquela comunidade [“os demónios de Álvaro Cobra”] que remotamente tinha sido fundada por um berbere.
É uma espécie de “despensa”. Se me apetecer, vou ali buscar algum conhecimento.
É possível haver alguma projecção de Safara em Medinas, Molinos ou na vila não nomeada de Santiago?Há sempre um bocadinho de Safara em todas essas terras. Em Molinos, em Medinas, nesta vila que eu acabo por não denominar e na próxima que já estou a construir. Há sempre um pouco de Safara, propositadamente. E inconscientemente, também. Vivi 20 anos em Safara, ininterruptamente.
Não escrevo por inspiração, mas por inquietação. Se alguma vez puder falar de inspiração, é Safara que me inspira.
Achas que há mais literatura nas conversas de largo, numa aldeia alentejana onde todos contam histórias, do que nas discussões literárias em círculos intelectuais?Não sei se há mais. Pode haver tanto numa como noutra.
Nas conversas aprende-se muito, ouve-se muitas historietas, há uma oralidade, retórica e sapiência de saber contar uma história que deixam sempre alguma coisa em nós.
Quando cheguei aqui a Safara, andei à procura do Álvaro Cobra, de Albano Chagas, de Santiago. Há possibilidade de encontrá-los, ou figuras parecidas com eles, em Safara?Parcialmente. Hoje em dia, na sociedade actual, já é muito difícil. Aqui há uns anos era muito mais fácil.
São criações simbólicas?Não são tão simbólicas quanto isso.
O Álvaro Cobra é uma figura inusitada, pois é uma figura fantástica. É um homem que é considerado tanto santo como bruxo. Ele tem relevância e destaque numa terra pequena. Seja por medo, ou por ser tão diferente.
Quanto a Albano Chagas [“Mal Nascer”] não foi preciso fazer nenhum exercício de criatividade. Alguns homens de muito poder comportavam-se assim. Há ali verdade histórica na figura de Albano Chagas.
As localidades ficcionadas nos teus livros parecem ser muito próximas umas das outras e de Safara, também. Qual é a tua intenção com a criação destes lugares ficcionados?
Quero criar uma marca de autor em que haja uma geografia, e não apenas uma terra, que se relacione com Safara. É uma outra maneira de Safara influenciar a minha obra. São terras ficcionadas que se relacionam com terras verdadeiras e até com outras que já tinha falado anteriormente.
Quero criar uma geografia inventada numa determinada região, onde não haja um povo, mas vários povos e várias aldeias que se vão relacionando com aldeias e povos verdadeiros.
É a invenção de uma geografia alternativa para a minha ficção.
É uma espécie de Macondo?
É diferente. Em Macondo, acabam por ser várias histórias naquela terra. Aqui, há várias terras e cada uma com a sua história. Este exercício parece-me ser absolutamente novo. Não conheço outro assim…
Não tens receio de ficar preso ou limitado devido à criação dessa região para os teus livros? Ser conhecido como um escritor do Alentejo.
Não. Há a questão da universalidade. O que é ser universal? Pode-se escrever sobre assuntos locais e ser-se absolutamente universal. Por outro lado, não tenho receio porque isto não quer dizer que tenha de seguir este projecto ao longo da minha vida. Aliás, eu já intercalei. “A Ilha das Duas Primaveras” (segundo romance) e “Mal Nascer” não se incluem neste projecto que eu estava aqui a referir. Estou a falar de  3 obras em 5. Já estou a contar com o romance que estou a escrever.
Tenho feito alguma alternância. Não quero dizer que um dia não abandone isto e não parta para outro tipo de exercício ou lógica.
Penso que tenho imaginação suficiente para fazer coisas diferentes.
O que pode ser universal, nas minhas obras e noutras quaisquer, é a qualidade literária. Se tiver qualidade literária, se apaixonar os leitores e a crítica, se for aposta dos editores, então vai ser universal e levar a que sejam traduzidas e exportadas.
Há realismo mágico em “Os demónios de Álvaro Cobra”, mas não há em “Mal Nascer”. “ A Ilha das Duas Primaveras” tem um registo diferente destes dois e de “Molinos”. O que procuras com a mudança de estratégias na escrita?O autor deve escrever confortavelmente. Eu sinto-me confortável em escrever em mais do que um registo. Além disso, os livros não devem ser sequências uns dos outros. Tive boa crítica, ou quanto baste, com “Os Demónios de Álvaro Cobra”. Poderia escrever um livro parecido com esse.  Já arranjei a receita, deixa-me cá fazer o seguimento. Mas não. Arrisquei muito ao escrever “Mal Nascer”. E há algumas pessoas que ficaram um bocadinho decepcionadas porque esperavam uma continuação do Álvaro Cobra. E há outras pessoas que gostam muito de “Mal Nascer” e vão ficar decepcionadas com o próximo livro, que não tem nada com “Mal Nascer”. É o oposto.
Já li muito. Isso leva-me a conseguir fazer coisas diferentes. O pior que pode haver em literatura é a repetibilidade. Um escritor deve conseguir oferecer coisas diferentes.
A linguagem utilizada nos diferentes livros contextualiza o leitor nas épocas em que se passa a acção. Fazes algum “levantamento” vocabular?Nada.
A questão vocabular tem de estar muito ligada com a da credibilidade. Não posso  estar a contar uma história do século XIX e dizer que “ele deu corda ao relógio de pulso” ou que “ele tirou o telemóvel e fez uma chamada”.
Em “Mal Nascer”, fiz um exercício de escrita muito simples quando ele [personagem Santiago] relata memórias de infância e mais elaborado quando ele é médico. Eu não posso, por exemplo, pôr uma pessoa analfabeta com uma linguagem discursiva muito adjectivada, ou com uma linguagem muito elaborada. Tem de ter credibilidade a esse nível.
Há livros que se concentram na psicologia das personagens em detrimento da história, outros preferem contar uma história. É importante para ti haver uma história num romance?
Um bom livro tem de ter no mínimo três factores: uma boa história, uma linguagem muito apelativa e depois saber contá-la. É simples e tão difícil conseguir-se.
O teu gosto de contar histórias vem desde criança? Ontem ouvimos a tua professora a dizer que gostavas de contar histórias desde que te sentavas na cadeira.
Pode-se dizer que vem da infância, sim.
“Molinos” e “A Ilha das Duas Primaveras” são os livros mais antigos, fora da chancela Leya e antes de “Os Demónios de Álvaro Cobra”, romance que te deu maior projecção. Pensas em reeditá-los?Sou muito pouco contemplativo sobre o que fiz. Tenho os olhos postos no que quero fazer e nas ideias que tenho. Se, porventura, o meu nome justificar isso… mas ainda não chegámos a esse ponto.
Presumo que esses livros não tenham a qualidade que estas últimas obras têm. São primeiras obras. Estou mais preocupado em escrever o próximo.
Referi a reedição também por esta razão: Ontem, na apresentação de “Mal Nascer”, referiste a importância da tua editora, Maria do Rosário Pedreira. Um livro é produto da colaboração entre escritor e editor, ou não permites que o texto seja alterado?Permito, mas não é fruto de colaboração. Não chega a tanto. O texto é produto do autor. No entanto, os meus textos quando chegam à Rosário levam uma “lipoaspiração”. Há conselhos que são muito positivos. A Rosário explicou-me algumas coisas no início que eu colhi. Já não repito alguns erros que fazia. Nuns aspectos tenho sido bom aluno, noutros não sei.
Mas não se chega a tanto. O livro não é fruto da conjugação entre autor e editor. Não vou mostrando o livro página a página, ou capítulo a capítulo.  É um produto do autor. Depois chega às mãos do editor e tira-se o que está a mais ou a menos e corrige-se incongruências. Porém, uma coisa é indiscutível, um livro depois de passar pelo editor melhora substancialmente.
“Mal Nascer” e “Os Demónios de Álvaro Cobra” teriam a mesma qualidade se não fossem editados por do Rosário Pedreira?Podiam não ter, porque Maria do Rosário Pedreira é, de facto, uma extraordinária editora. É muito profissional, muito rigorosa, muito exigente e muito presente. Ela cria boa equipa com os autores.
Penso que tenho a inteligência para perceber que ela sabe muitíssimo de literatura e colho e aceito os ensinamentos dela.
Depois de “Os Demónios de Álvaro Cobra” (Prémio Cidade de Almada) e “Mal Nascer” (finalista do Prémio Leya) deixaste de ser um desconhecido. E agora, Carlos? Sentes pressão?Não sinto pressão nenhuma. Sou uma pessoa confiante. Para se ser escritor, ser-se editado pela Rosário e pela Leya, tem de se ter confiança. Não sou, contudo, excessivamente confiante. Ouço muito o que as pessoas dizem, ouço a crítica, colho os conselhos.
A formação do escritor depende da formação como leitor. Quando é que percebeste que estavas pronto para editar?Foi difícil porque sou perfeccionista. Tive “Molinos” na cabeça durante muitos anos. Eu pensava que tinha de ler “Levantados do Chão”, ou “D. Quixote de la Mancha”, etc. Só lendo aqueles livros todos é que estaria preparado para lhes “roubar” a técnica e a essência.
Nunca me pareceu que estaria pronto. Quando escrevi pareceu-me que se fosse dali a uns anos… E já comecei a escrever o romance com 30 anos.
Depois dei-me conta que escrevendo se evolui muito. Um escritor evolui muito escrevendo, mas evolui tanto lendo. Mas a base fundamental é a leitura. Não há bom escritor que não leia muito.


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=743012

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